domingo, 9 de junho de 2019

Música: O Menino da Porteira
                                         Sérgio Reis

Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava a figura de um menino
Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo
Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo

Quando a boiada passava e a poeira ia baixando
Eu jogava uma moeda e ele saía pulando
Obrigado, boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
Pra aquele sertão afora meu berrante ia tocando.

Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei
Mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada, o menino não avistei

Apeei do meu cavalo e no ranchinho à beira chão
Vi uma mulher chorando, quis saber qual a razão
Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração.

Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.

A cruzinha no estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure, que eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais
                                     Composição: Luizinho / Teddy Vieira
                  In: Sérgio Reis. O menino da porteira. RCA Victor, 1977.
Entendendo a canção:
01 – A letra da canção que conta a história do menino da porteira. Esse texto, portanto, é uma:
a)   Argumentação.
b)   Injunção.
c)   Descrição.
d)   Narração.
e)   Dissertação.

02 – A leitura do verso “--- Toque o berrante, seu moço, que é pra eu ficar ouvindo”, permite concluir que o menino pedia para o boiadeiro tocar o berrante porque:
a)   O menino gostava de ouvir o som do berrante.
b)   O som do berrante era uma forma de o menino saber quando toda a boiada tinha atravessado a porteira.
c)   O som do berrante era uma forma de o menino avisar sua mãe que estava perto de casa.
d)   O menino só abria a porteira para ouvir o boiadeiro tocar o berrante.
e)   O som do berrante fazia o menino sentir-se parte da boiada.

03 – Considere os seguintes versos:
“Eu jogava uma moeda e ele saía pulando
-- Obrigado, boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando.”
        A leitura desses versos permite concluir que o menino:
a)   Só abria a porteira porque sabia que o boiadeiro lhe daria uma moeda.
b)   Ficava alegre pelo fato de o boiadeiro dar-lhe uma moeda.
c)   Precisava da moeda para ajudar sua mãe.
d)   Só esperava o boiadeiro jogar-lhe uma moeda para lhe virar as costas.
e)   Saía pulando e ia para guardar a moeda.

04 – Considere os seguintes versos:
“Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada, o menino não avistei.”
        A leitura desses versos permite concluir que o boiadeiro ficou cismado porque:
a)   Teria de descer do cavalo para abrir a porteira e dar passagem ao gado.
b)   A boiada poderia estourar quando ele descesse do cavalo para abrir a porteira.
c)   A porteira estava fechada e isso lhe pareceu estranho, pois sempre o menino a abria.
d)   Sua viagem atrasaria porque gastaria tempo para abrir e para fechar a porteira.
e)   Esquecera de tocar o berrante, e isso não lembrou o menino de que deveria abrir a porteira.

05 – Considere os seguintes versos:
“Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração.”
        A fala da mãe do menino permite concluir que, par ela:
a)   O boiadeiro foi o culpado pela morte do menino.
b)   Se o boiadeiro tivesse chegado antes, poderia ter evitado a morte do menino.
c)   O boiadeiro foi desatento, pois viu a cruz no estradão.
d)   Seu filho devia tomar mais cuidado com o gado selvagem que passava por aquela estrada.
e)   A memória do menino merecia mais do que uma cruz no estradão.

06 – Considere o verso:
“A cruzinha no estradão do pensamento não sai.”
        A leitura desse verso permite concluir que:
a)   A cruz era pequena porque se tratava de uma criança, e isso entristeceu o boiadeiro.
b)   O boiadeiro pretendia construir uma sepultura para o menino.
c)   A morte do menino ficou marcada na memória do boiadeiro.
d)   A lembrança da cruzadinha fazia o boiadeiro pensar que ficara devendo algo ao menino.
e)   A mãe do menino, ao apontar a cruz no estradão, fez o boiadeiro se sentir culpado.

07 – Considere os seguintes versos:
“Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.”
        A leitura desses versos permite concluir que:
a)   A imagem do menino da porteira ficou gravada na memória do boiadeiro.
b)   O fantasma do menino passou a acompanhar o boiadeiro perto da porteira.
c)   O fantasma do menino se materializava no rangido da porteira.
d)   O boiadeiro passou a ouvir o rangido da porteira porque ele mesmo passou a abri-la.
e)   A porteira só passou a ranger depois da morte do menino.

08 – A leitura dos últimos quatro versos da canção permite concluir que:
a)   O som do berrante poderia entristecer ainda mais a mãe do menino.
b)   Os boiadeiros devem respeitar os mortos e não tocar berrante ao encontrar cruzes nas estradas.
c)   O boiadeiro sentia-se culpado pela morte do menino e, por isso, não tocaria mais o berrante naquele pedaço de chão.
d)   A morte do menino foi muito significativa para o boiadeiro, tanto que ele jurou não tocar mais o berrante no local em que ele e o menino se encontravam.
e)   O boiadeiro é imprudente, pois não tocar o berrante pode dispersar a boiada.

09 – Na letra da canção “O menino da porteira”, aparece, em discurso direto, a seguinte fala do menino:
        -- Toque o berrante, seu moço
        Que é pra mim ficar ouvindo.
a)   Que função sintática desempenha o pronome mim nessa fala?
Sujeito do verbo ficar.

b)   De acordo com as normas urbanas de prestígio, qual pronome deveria ser empregado no lugar de mim na fala do menino?
O pronome reto eu.

c)   Embora, nesse caso, o uso do pronome mim esteja em desacordo com as normas urbanas de prestígio, podemos dizer que, na situação em que está inserido, ele foi bem empregado pelos autores da música? Por quê?
Sim. Porque os autores reproduziram a fala do menino tal como ele a teria dito, empregando um nível de linguagem compatível com tal situação de comunicação.

10 – Circular no texto os verbos usados no tempo pretérito perfeito.
      Viajava – avistava – corria – vinha – passava – jogava – ia – saía – encontrei – calou – passei – cismei – avistei – apeei – veio – matou – foi – fiz.

11 – No título “O menino da porteira”, existe uma figura de linguagem, qual?
      Metonímia, pois “porteira” poderia ser substituída por “fazenda”.

12 – Cite a metáfora existente no seguinte verso: “Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração.”
      “Boi sem coração”.

13 – No verso: “O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem”, temos que figura de linguagem?
      Personificação.

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